sexta-feira, 28 de maio de 2010

Álvares de azevedo


Manuel Antônio Álvares de Azevedo
(São Paulo, 1831 – Rio de Janeiro – RJ, 1852)

Aos dezesseis anos recebe o diploma de bacharel em Letras. Na Faculdade de Direito de São Paulo, Álvares de Azevedo deixa-se contagiar pelos ideais românticos ali existentes; participa,então, da “Sociedade Epicuréia”, cujos sócios têm o nome das principais personagens de Byron e os imitam.
Dotado de uma extraordinária cultura literária, Álvares de Azevedo torna-se um poeta original, abrindo novos horizontes à poesia brasileira. Foi o primeiro poeta vítima do implacável “mal do século”. A sua obra reflete tédio, autodestruição. O poeta busca refúgio no álcool, na vida boêmia, na morte. São temas constantes em seus livros: a idéia de morte e a fuga da vida real para um mundo de sonhos e fantasias.
Segundo Jung, “Álvares de Azevedo pode ser alojado na família de Prometeu, acorrentado em suas próprias e íntimas cadeias. Essas cadeias se foram enrodilhando em sua alma ao aproximar-se dos vinte anos”.
Outros temas freqüentes na obra de Álvares de Azevedo: o satanismo, o anticlericalismo, a dúvida, a descrença, a devoção filial.
O poeta deixa-nos os poemas: Meu Sonho, Se eu Morresse Amanhã!, Lembrança de Morrer, Um Canto do Século, Adeus, nos quais se evidencia a obsessão pela morte, causada pela ânsia do amor. Lira dos Vinte Anos é o seu livro mais importante. Nele o autor revela forte influência de Byron. Nele há excesso de subjetivismo, de imaginação, de erotismo e também a presença da morbidez, do amor dividido entre o espírito e a matéria, da dúvida, morte, solidão, auto-ironia.
Álvares de Azevedo morre antes de ter completado vinte e um anos. Por essa razão, sua obra apresenta algumas imperfeições próprias da imaturidade do poeta, que as escreve dente os dezesseis e os vinte anos. No entanto, é justo reconhecer qualidades da obra de Álvares de Azevedo: simplicidade formal, emprego parcimonioso de metáforas e imagens, inovação na construção de seus versos.
Segundo Manuel Bandeira, “Álvares de Azevedo, em verdade, rapaz morigerado e estudioso, viveu pela imaginação a experiência amarga dos seus modelos da Europa”.

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